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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

ORAÇÃO CELTA


Que jamais, em tempo algum, o teu coração acalante o ódio.

Que o canto da maturidade jamais asfixie a tua criança interior.

Que o teu sorriso seja sempre verdadeiro.

Que as perdas do teu caminho sejam sempre encaradas como lições de vida.

Que a música seja tua companheira em momentos desfrutados na solidão secreta das tuas dores e risos.

Que os teus momentos de amor contenham a magia de uma alma livre, eterna e feliz em cada beijo.

Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer.

Que cada dia seja um novo recomeço; e que assim tua alma seja capaz de dançar na luz dos acasos.

Que em cada passo do teu caminho sejam gravadas as marcas luminosas da tua passagem nos corações.

Que em cada amigo o teu coração faça festa, que celebre o canto da amizade profunda que liga as almas afins.

Que em teus momentos de solidão e cansaço, esteja presente em teu coração a lembrança de que tudo passa e se transforma quando a alma é grande e generosa.

Que o teu coração seja capaz de voar contente nas asas da espiritualidade consciente, e com isso percebas a ternura invisível que ilumina o centro do teu ser eterno.

Que um suave acalanto te acompanhe, na terra ou no espaço, e por onde quer que o imanente invisível leve o teu viver.

Que o teu coração sinta a presença secreta do inefável.

Que os teus pensamentos, os teus amores, o teu viver e a tua passagem pela vida sejam abençoados e abraçados por Aquele que ama.

Que sejas capaz de deixar-se guiar pelo amor que não se explica, mas que sejas capaz de senti-lo com a profundidade de quem ama.

Que o amor à vida, à natureza, aos semelhantes e a ti mesmo seja o teu destino e porto seguro, tua missão de vida e propósito de ser.

Que este amor transforme os teus dramas em luz, a tua tristeza em celebração, o teu caminhar cansado em alegres passos de dança renovadora.

Que jamais, em tempo algum, tu esqueças da Presença que está em ti e em todos os seres.

Que o teu viver seja pleno de Paz e Luz.


Encontrei nesta oração,tudo o que vos quero desejar.
FELIZ ANO NOVO !!!!!!!!







quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

A PEQUENA ALMA E O SOL


Era uma vez, em tempo nenhum, uma

Pequena Alma que disse a Deus:

— Eu sei quem sou!

E Deus disse:

— Que bom! Quem és tu?

E a Pequena Alma gritou:

— Eu sou Luz

E Deus sorriu.

— É isso mesmo! — exclamou Deus. — Tu

és Luz!

A Pequena Alma ficou muito contente,

porque tinha descoberto aquilo que todas as almas do Reino deveriam descobrir.

— Uauu, isto é mesmo bom! — disse a

Pequena Alma.

Mas, passado pouco tempo, saber quem

era já não lhe chegava. A pequena Alma

sentia-se agitada por dentro, e agora queria

ser quem era. Então foi ter com Deus (o que

não é má ideia para qualquer alma que queira

ser Quem Realmente É) e disse:

— Olá Deus! Agora que sei Quem Sou,

posso sê-lo? E Deus disse:

— Quer dizer que queres ser Quem já És?

— Bem, uma coisa é saber Quem Sou, e

outra coisa é sê-lo mesmo. Quero sentir como

é ser a Luz! — respondeu a pequena Alma.

— Mas tu já és Luz — repetiu Deus,

sorrindo outra vez.

— Sim, mas quero senti-lo! — gritou a

Pequena Alma.

— Bem, acho que já era de esperar. Tu

sempre foste aventureira — disse Deus com

uma risada. Depois a sua expressão mudou.

— Há só uma coisa...

O quê? — perguntou a Pequena Alma.

— Bem, não há nada para além da Luz.

Porque eu não criei nada para além daquilo

que tu és; por isso, não vai ser fácil

experimentares-te como Quem És, porque não

há nada que tu não sejas.

— Hã? — disse a Pequena Alma, que já

estava um pouco confusa.

— Pensa assim: tu és como uma vela ao

Sol. Estás lá sem dúvida. Tu e mais milhões,

ziliões de outras velas que constituem o Sol. E

o Sol não seria o Sol sem vocês. “Não seria um

sol sem uma das suas velas... e isso não seria

de todo o Sol, pois não brilharia tanto. E no

entanto, como podes conhecer-te como a Luz

quando estás no meio da Luz — eis a

questão”.

— Bem, tu és Deus. Pensa em alguma

coisa! — disse a Pequena Alma mais

animada.

Deus sorriu novamente.

— Já pensei. Já que não podes ver-te como

a Luz quando estás na Luz, vamos rodear-te

de escuridão — disse Deus.

— O que é a escuridão? perguntou a

Pequena Alma.

— É aquilo que tu não és — replicou Deus.

— Eu vou ter medo do escuro? —

choramingou a Pequena Alma.

— Só se o escolheres. Na verdade não há

nada de que devas ter medo, a não ser que

assim o decidas. Porque estamos a inventar

tudo. Estamos a fingir.

— Ah! — disse a Pequena Alma, sentindo-

se logo melhor. Depois Deus explicou que, para se

experimentar o que quer que seja, tem de

aparecer exactamente o oposto.

— É uma grande dádiva, porque sem ela

não poderíamos saber como nada é — disse

Deus — Não poderíamos conhecer o Quente

sem o Frio, o Alto sem o Baixo, o Rápido sem

o Lento. Não poderíamos conhecer a

Esquerda sem a Direita, o Aqui sem o Ali, o

Agora sem o Depois. E por isso, — continuou

Deus — quando estiveres rodeada de

escuridão, não levantes o punho nem a voz

para amaldiçoar a escuridão.

“Sê antes uma Luz na escuridão, e não

fiques furiosa com ela. Então saberás Quem

Realmente És, e os outros também o saberão.

Deixa que a tua Luz brilhe tanto que todos

saibam como és especial!”

— Então posso deixar que os outros vejam

que sou especial? — perguntou a Pequena

Alma.

— Claro! — Deus riu-se. — Claro que

podes! Mas lembra-te de que “especial” não

quer dizer “melhor”! Todos são especiais, cada

qual à sua maneira! Só que muitos

esqueceram-se disso. Esses apenas vão ver

que podem ser especiais quando tu vires que

podes ser especial!

— Uau — disse a Pequena Alma,

dançando e saltando e rindo e pulando. —

Posso ser tão especial quanto quiser!

— Sim, e podes começar agora mesmo —

disse Deus, também dançando e saltando e

rindo e pulando juntamente com a Pequena

Alma — Que parte de especial é que queres

ser?

— Que parte de especial? — repetiu a

Pequena Alma. — Não estou a perceber.

— Bem, — explicou Deus — ser a Luz é

ser especial, e ser especial tem muitas partes.

É especial ser bondoso. É especial ser

delicado. É especial ser criativo. É especial ser

paciente. Conheces alguma outra maneira de

ser especial?

A Pequena Alma ficou em silêncio por um

momento.

— Conheço imensas maneiras de ser

especial! — exclamou a Pequena Alma — É

especial ser prestável. É especial ser

generoso. É especial ser simpático. É especial

ser atencioso com os outros.

— Sim! — concordou Deus — E tu podes

ser todas essas coisas, ou qualquer parte de

especial que queiras ser, em qualquer

momento. É isso que significa ser a Luz.

— Eu sei o que quero ser, eu sei o que

quero ser! — proclamou a Pequena Alma com

grande entusiasmo. — Quero ser a parte de

especial chamada “perdão”. Não é ser especial

alguém que perdoa?

— Ah, sim, isso é muito especial,

assegurou Deus à Pequena Alma.

— Está bem. É isso que eu quero ser.

Quero ser alguém que perdoa. Quero

experimentar-me assim — disse a Pequena

Alma.

— Bom, mas há uma coisa que devias

saber — disse Deus.

A Pequena Alma já começava a ficar um

bocadinho impaciente. Parecia haver sempre

alguma complicação.

— O que é? — suspirou a Pequena Alma.

— Não há ninguém a quem perdoar.

— Ninguém? A Pequena Alma nem queria

acreditar no que tinha ouvido.

— Ninguém! — repetiu Deus. Tudo o que

Eu fiz é perfeito. Não há uma única alma em

toda a Criação menos perfeita do que tu. Olha

à tua volta. Foi então que a Pequena Alma reparou na

multidão que se tinha aproximado. Outras

almas tinham vindo de todos os lados — de

todo o Reino — porque tinham ouvido dizer

que a Pequena Alma estava a ter uma

conversa extraordinária com Deus, e todas

queriam ouvir o que eles estavam a dizer.

Olhando para todas as outras almas ali

reunidas, a Pequena Alma teve de concordar.

Nenhuma parecia menos maravilhosa, ou

menos perfeita do que ela. Eram de tal forma

maravilhosas, e a sua Luz brilhava tanto,

que a Pequena Alma mal podia olhar para

elas.

— Então, perdoar quem? — perguntou

Deus.

— Bem, isto não vai ter piada nenhuma!

— resmungou a Pequena Alma — Eu queria

experimentar-me como Aquela que Perdoa.

Queria saber como é ser essa parte de

especial.

E a Pequena Alma aprendeu o que é

sentir-se triste.

Mas, nesse instante, uma Alma Amiga

destacou-se da multidão e disse:

— Não te preocupes, Pequena Alma, eu

vou ajudar-te — disse a Alma Amiga.

— Vais? — a Pequena Alma animou-se. —

Mas o que é que tu podes fazer?

— Ora, posso dar-te alguém a quem

perdoares!

— Podes?

— Claro! — disse a Alma Amiga

alegremente. — Posso entrar na tua próxima

vida física e fazer qualquer coisa para tu

perdoares.

— Mas porquê? Porque é que farias isso?

— perguntou a Pequena Alma. — Tu, que és

um ser tão absolutamente perfeito! Tu, que

vibras a uma velocidade tão rápida a ponto de

criar uma Luz de tal forma brilhante que mal

posso olhar para ti! O que é que te levaria a

abrandar a tua vibração para uma velocidade

tal que tornasse a tua Luz brilhante numa luz

escura e baça? O que é que te levaria a ti, que

danças sobre as estrelas e te moves pelo Reino

à velocidade do pensamento, a entrar na

minha vida e a tornares-te tão pesada a ponto

de fazeres algo de mal?

— É simples — disse a Alma Amiga. —

Faço-o porque te amo.

A Pequena Alma pareceu surpreendida

com a resposta. — Não fiques tão espantada — disse a

Alma Amiga — tu fizeste o mesmo por mim.

Não te lembras? Ah, nós já dançámos juntas,

tu e eu, muitas vezes. Dançámos ao longo das

eternidades e através de todas as épocas.

Brincámos juntas através de todo o tempo e

em muitos sítios. Só que tu não te lembras. Já

fomos ambas o Todo. Fomos o Alto e o Baixo,

a Esquerda e a Direita. Fomos o Aqui e o Ali,

o Agora e o Depois. Fomos o Masculino e o

Feminino, o Bom e o Mau — fomos ambas a

vítima e o vilão. Encontrámo-nos muitas

vezes, tu e eu; cada uma trazendo à outra a

oportunidade exacta e perfeita para Expressar

e Experimentar Quem Realmente Somos.

— E assim, — a Alma Amiga explicou

mais um bocadinho — eu vou entrar na tua

próxima vida física e ser a “má” desta vez.

Vou fazer alguma coisa terrível, e então tu

podes experimentar-te como Aquela Que

Perdoa.

— Mas o que é que vais fazer que seja

assim tão terrível? — perguntou a Pequena

Alma, um pouco nervosa.

— Oh, havemos de pensar nalguma coisa

— respondeu a Alma Amiga, piscando o olho.

Então a Alma Amiga pareceu ficar séria,

disse numa voz mais calma:

— Mas tens razão acerca de uma coisa,

sabes?

— Sobre o quê? — perguntou a Pequena

Alma.

— Eu vou ter de abrandar a minha

vibração e tornar-me muito pesada para fazer

esta coisa não muito boa. Vou ter de fingir ser

uma coisa muito diferente de mim. E por isso,

só te peço um favor em troca.

— Oh, qualquer coisa, o que tu quiseres!

— exclamou a Pequena Alma, e começou a

dançar e a cantar: — Eu vou poder perdoar,

eu vou poder perdoar!

Então a Pequena Alma viu que a Alma

Amiga estava muito quieta.

— O que é? — perguntou a Pequena Alma.

— O que é que eu posso fazer por ti? És um

anjo por estares disposta a fazer isto por mim!

— Claro que esta Alma Amiga é um anjo!

— interrompeu Deus, — são todas! Lembra-te

sempre: Não te enviei senão anjos.

E então a Pequena Alma quis mais do que

nunca satisfazer o pedido da Alma Amiga.

— O que é que posso fazer por ti? —

perguntou novamente a Pequena Alma. — No momento em que eu te atacar e

atingir, — respondeu a Alma Amiga — no

momento em que eu te fizer a pior coisa que

possas imaginar, nesse preciso momento...

— Sim? — interrompeu a Pequena Alma

— Sim?

A Alma Amiga ficou ainda mais quieta.

— Lembra-te de Quem Realmente Sou.

— Oh, não me hei-de esquecer! — gritou a

Pequena Alma — Prometo! Lembrar-me-ei

sempre de ti tal como te vejo aqui e agora.

— Que bom, — disse a Alma Amiga —

porque, sabes, eu vou estar a fingir tanto, que

eu própria me vou esquecer. E se tu não te

lembrares de mim tal como eu sou realmente,

eu posso também não me lembrar durante

muito tempo. E se eu me esquecer de Quem

Sou, tu podes esquecer-te de Quem És, e

ficaremos as duas perdidas. Então, vamos

precisar que venha outra alma para nos

lembrar às duas Quem Somos.

— Não vamos, não! — prometeu outra vez

a Pequena Alma. — Eu vou lembrar-me de ti!

E vou agradecer-te por esta dádiva — a

oportunidade que me dás de me experimentar

como Quem Eu Sou. E assim o acordo foi feito. E a Pequena

Alma avançou para uma nova vida,

entusiasmada por ser a Luz, que era muito

especial, e entusiasmada por ser aquela parte

especial a que se chama Perdão.

E a Pequena Alma esperou ansiosamente

pela oportunidade de se experimentar como

Perdão, e por agradecer a qualquer outra

alma que o tornasse possível.

E, em todos os momentos dessa nova vida,

sempre que uma nova alma aparecia em cena,

quer essa nova alma trouxesse alegria ou

tristeza — principalmente se trouxesse tristeza

— a Pequena Alma pensava no que Deus lhe

tinha dito.

Lembra-te sempre,

— Deus aqui tinha sorrido —

não te enviei senão anjos...


Feliz natal para todos os Anjos que habitam este planeta...

( Neale Donald Walsch)